Autoconhecimento e ilusões não podem coexistir

“Volte seus olhos para dentro, contemple suas próprias profundezas, aprenda primeiro a conhecer-se! Então, compreenderá por que está destinado a ficar doente e, talvez, evite adoecer no futuro.” – Sigmund Freud

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Há poucos dias, em uma conversa em uma cafeteria, falávamos sobre vários tópicos relacionados ao nosso comportamento, pelo que passamos na infância e adolescência e como estamos na vida adulta, mentalmente falando. Uma das questões levantadas foi o fato de nossa incessante busca pelo conhecimento e autoconhecimento. Após algumas reflexões, como é de se esperar em conversas profundas, uma possível resposta surgiu: o principal objetivo é nos entendermos para que, de alguma forma, possamos nos explicar aos outros e nos sentirmos aceitos como somos, pois nunca, ao longo da vida nunca tivemos a sensação de sermos compreendidos por alguém.

Assim, essa busca incessante pelo autoconhecimento nos dá a ilusão de que seremos queridos pelas pessoas próximas, pois finalmente conseguiremos explicar os nossos comportamentos e raciocínio. Contudo, ao mesmo tempo caímos em um vazio existencial, pois descobrimos que podemos não ser tão inteligentes quanto acreditávamos, tão importantes para as pessoas próximas, tão competentes, tão bem-sucedidos, nem tão promissores, tampouco tão bondosos, divertidos ou queridos. Descobrimos que podemos ser chatos, mesquinhos, egoístas, prepotentes, preconceituosos, preguiçosos, incapazes, indolentes e não-amigáveis. Autoconhecimento e ilusões não podem coexistir.

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SINOPSE

Na misteriosa cidade de Praga, Ean Blažej, um jornalista solitário e apaixonado por filosofia, dedica grande parte de seu tempo aos livros. Certa noite, tem um pesadelo perturbador. Desde então, anonimamente, passa a receber mensagens e códigos secretos que o confundem, levando-o a diferentes pontos da cidade e a um castelo medieval, conhecido por ser um portal para o inferno. O local esconde uma sociedade secreta. A situação foge do controle quando explosões premeditadas sacodem Praga. Então, Ean se apressa para descobrir o que está além do que os olhos podem ver. Uma aventura detetivesca repleta de ação, mistério, conexões intrigantes e reflexões profundas sobre a solidão na vida moderna.

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É preciso ter coragem para partir em uma jornada de autodescoberta, pois quanto mais sabemos sobre nós mesmos, mais desiludidos nos tornamos, visto que uma verdadeira consciência sobre si mesmo pode acabar com o pouco de autoestima que lhe resta. O autoconhecimento desmascara qualquer um e o coloca em seu verdadeiro lugar no mundo mostrando que todos somos pobres diabos em busca de um mínimo de gozo e felicidade, nem que esses momentos de bonança custem a felicidade alheia. Saber quem você realmente é pode ser uma das maiores desilusões de sua vida, portanto, como diz Pondé, busque conhecimento, mas não muito, senão você fica triste e não dorme.

Por outro lado, o autoconhecimento é a carta de alforria que mostra o caminho para você ser quem realmente é, sem amarras, medos ou receios. Autoconhecer-se é aprender a pertencer a si mesmo sem medo de ‘perder’ pessoas do seu convívio, mas isso é o que mais acontece, pois quanto mais você se autoconhece, menos deseja conviver em sociedade, pois percebe que as pessoas usam máscaras agindo falsamente, como diz o empresário Roberto Justus. Tais máscaras são as mentiras que contamos, pois se falarmos a verdade o tempo todo, ninguém nos suporta.

Ainda, o maior benefício que o autoconhecimento proporciona é mais tempo para conviver com a pessoa mais importante de sua vida que é você mesmo. Isso acontece pelo fato de que você se livra de todos os semiamigos, como diz Leandro Karnal e, com menos ‘amigos’, passa a ter tempo para ficar consigo mesmo e explorar os tesouros interiores, os quais jamais seriam descobertos não fosse por meio do autoconhecimento. Schopenhauer dizia que temos dentro de nós tudo aquilo que realmente precisamos e tudo mais o que buscamos no mundo exterior, como festas, jantares, rodas de conversa, agito, ou seja, a vida social em si, é supérfluo e efêmero. O que realmente é verdadeiro, essencial e poderoso está dentro nós mesmos. Quem possui muito em si, não necessita de nada de fora.

Por mais dura que a vida se torna por meio de um profundo autoconhecimento, acabando como todas as ilusões e superficialidades sociais, eu jamais trocaria a pessoa real que me tornei para mim mesmo passando a experimentar somente aquilo que realmente me importa, tendo mais tempo para mim e para as pessoas que me são essenciais. O autoconhecimento é o caminho para você buscar aquilo que é essencial para uma vida bem vivida, pois ele o afasta da frivolidade social guiando-o pelo caminho da sabedoria, profundeza de pensamento e realizações.

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