Mergulhado em um excesso de realidade causado pela alta sensibilidade ao mundo, às pessoas, à condição e à miséria humana, vivo em uma profunda inquietação onde todas as minhas ilusões adquiridas ao longo da vida se dissolvem como fumaça ao vento. É um emaranhado de acontecimentos inexplicáveis, complexos e perturbadores que impedem a minha convivência com grande parte das pessoas, pois elas não conseguem suportar uma mente muito profunda, questionadora e analisadora. Isso as afasta. Igualmente intolerável somos nós, entre nós mesmos, pois ser demasiadamente profundo o torna consideravelmente repulsivo.
Contrariamente as pessoas neurotípicas que buscam os prazeres no mundo exterior como festas, jantares, cinemas, encontros sociais como rodas de conversa, busco todos os prazeres dentro de mim mesmo, pois aqueles exteriores não me satisfazem, não me atraem. Considero-os privados de sentido, pois são gozos que se busca por não conseguir tolerar a si mesmo, assim, fogem do silêncio como se ele fosse uma condenação à morte. Como autista, tenho imensas dificuldade em tolerar o mundo exterior, pois ele, necessariamente, exige o contato com outras pessoas. Eu prefiro viver, trabalhar e me divertir sozinho, não leve isso para o lado pessoal. Tampouco isso significa que não gosto de pessoas. Apenas prefiro ficar sozinho, pois posso ser a melhor companhia para mim mesmo.
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Conheça V.I.X.I. Códigos de Praga: Mistério, suspense, reflexões filosóficas e sociedade secreta
Sinopse:
Na misteriosa cidade de Praga, Ean Blažej, um jornalista solitário e apaixonado por filosofia, dedica grande parte de seu tempo aos livros. Certa noite, tem um pesadelo perturbador. Desde então, anonimamente, passa a receber mensagens e códigos secretos que o confundem, levando-o a diferentes pontos da cidade e a um castelo medieval, conhecido por ser um portal para o inferno. O local esconde uma sociedade secreta. A situação foge do controle quando explosões premeditadas sacodem Praga. Então, Ean se apressa para descobrir o que está além do que os olhos podem ver. Uma aventura detetivesca repleta de ação, mistério, conexões intrigantes e reflexões profundas sobre a solidão na vida moderna.
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Questionar frequentemente o mundo em que se vive e o comportamento humano afasta o indivíduo do convívio social, pois a busca incessante por respostas revela a miséria intelectual em que os humanos vivem. Aprendi que a vida é um processo de desilusão, pois questionadores estão sempre em busca de respostas, isso se traduz em uma busca pelo conhecimento e buscá-lo, multiplica a dor, pois entender quem realmente somos é ter a consciência da nossa insignificância e das mentiras às quais fomos acostumados. As histórias de felicidade, justiça e amor incondicional são tentativas fracassadas de dar explicação a um caos inexplicável.
Como dizem, a ignorância é uma benção, pois ela nos protege de entendermos a profunda miséria que somos. O saber nos liberta, mas tem um custo altíssimo, pois nos obriga a abandonar todas as ilusões que nos sustentam e nos fazem ir em busca da tal felicidade. O conhecimento tira a viseira com que crescemos, mas não nos dá um novo caminho, simplesmente mostra o abismo diante dos nossos pés. Cabe a nós a escolha de pularmos no abismo ou vivermos na inconsciência. É uma decisão que não tem volta, pois uma vez que se perde a inocência, jamais poderá encontrá-la novamente. É semelhante ao que acontece quando perdemos a confiança em alguém.
Claramente, entendo que permanecer na ignorância tem amplas vantagens, pois permite continuar a busca pela felicidade. Da dor e do sofrimento, nem a ignorância nem o conhecimento libertam, mas apenas o tornam mais insuportável, pois quando se sabe pouco, não se sabe como lidar com as dores; quando se sabe muito, fica claro o fato de que a dor é inevitável, faz parte da vida humana e se torna mais constante. Portanto, na ignorância, a felicidade é mais palpável, mas na dor, o sofrimento é que se destaca.
Não há uma receita, não há como fugir. Se você veio a mundo para ser profundo, precisa aprender a encarar as dores de ser quem é. Se veio ao mundo para ser superficial, da mesma forma, precisa passar pelos sofrimentos que lhe aguardam. A sorte dos ignorantes é que eles podem buscar o conhecimento a qualquer momento em que sejam tocados por ele. Ao contrário dos profundos que não podem fugir para a felicidade da ignorância. Cada um vive conforme a vida que busca. Muita ignorância causa sofrimento, muito conhecimento também causa sofrimento, resta-nos escolher a forma pela qual vamos sofrer. Por fim, na vida não há equilíbrio e quem passa seu tempo buscando-o, vive mais estressado e infeliz que um ignorante ou um profundo, possivelmente.

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